terça-feira, 20 de maio de 2008

O Estado a que isto chegou

Texto de Pedro Mota Soares, publicado na edição do "Meia-hora" de 28 de Março:

    Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não pode colocar um piercing.

    Na escola um professor é agredido por um aluno. O professor nada pode fazer, porque a sua progressão na carreira a está dependente da nota que dá ao seu aluno.

    Um cônjuge para se divorciar, basta pedir.
    Um empregador para despedir um trabalhador que o agrediu precisa de uma sentença judicial que demora 5 anos a sair.

    Um jovem de 18 anos recebe €200 do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma €236 depois de toda uma vida de trabalho.

    Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.
    O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir o erro.

    O Estado que gasta 6 mil milhões de euros no novo Aeroporto da Ota recusa-se a baixar impostos porque não tem dinheiro.

    Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2.000 habitantes;o Governo diz que não precisa de mais polícias.

    Numa empreitada pública, os trabalhadores são todos imigrantes ilegais, que recebem abaixo do salário mínimo e o Estado não fiscaliza.
    Num café, o proprietário vê o seu estabelecimento ser encerrado só porque não tinha uma placa a dizer que é proibido fumar.

    Um cão ataca uma criança e o Governo faz uma lei.
    Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa é das causas sociais.

    O IVA de um preservativo é 5%. O IVA de uma cadeirinha de automóvel, obrigatória para quem tem filhos até aos 12 anos, é 21%.

    Numa entrevista à televisão, o Primeiro-Ministro define a Política como "A Arte de aprender a viver com a decepção".


Estaremos, como Portugueses, condenados a aprender a viver com este Primeiro-Ministro?

7 comentários:

Anónimo disse...

Isto é demagogia da mais pura.

É espantoso que havendo problemas tão graves no país as pessoas se preocupem com estas coisinhas, a maior parte delas falsas.


>-Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não poderá pôr um piercing.


O problema não está no aborto. Quanto muito o problema é o Estado meter-se com os piercings.


>-Um empregador para despedir um trabalhador que o agrediu precisa de uma sentença judicial que demora 5 anos a sair.


Falso. A sentença geralmente não leva cinco anos e o trabalhador pode ser entretanto despedido. Se o patrão não conseguir provar a agressão terá de o readmitir. Parece-me correcto.


>-Na escola um professor é agredido por um aluno. O professor nada pode fazer, porque a sua progressão na carreira está dependente da nota que dá ao seu aluno.


Claro que pode fazer muita coisa. E a progressão na carreira não está assim dependente da nota que dá a um aluno individualmente.


>-Um jovem de 18 anos recebe €200 do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma €236 depois de toda uma vida do trabalho.


???? Que disparate é este?


>-Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.


Completamente falso


>-O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir o erro.


Até que enfim há qualquer coisa correcta neste emaranhado.


>-O Estado que queria gastar 6 mil milhões de euros no novo Aeroporto da Ota recusa-se a baixar impostos porque não tem dinheiro.


O Estado tem dinheiro. O problema não é este, o problema é que os filhos da **** (sem ofensa ás ****s) da União Europeia é que não deixam o Governo governar como deve ser.


>-Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.


Não sei onde foste buscar esta estatística. O que acontece é que Portugal é um dos países da Europa com um maior rácio polícias por mil habitantes. Não faltam polícias. Pode quanto muito haver problemas de organização.


>-Numa empreitada pública, os trabalhadores são todos imigrantes ilegais, que recebem abaixo do salário mínimo e o Estado não fiscaliza.


Falso! Isto é demagogia barata.


>-Num café, o proprietário vê o seu estabelecimento ser encerrado só porque não tinha uma placa a dizer que é proibido fumar.


Encerrado não, multado. Isto porque o pateta alegre do nosso primeiro cedeu às pressões que vieram da Europa.


>-O Ministro Mário Pinho, que ia pegando fogo num avião aquando da visita à China, é agora apanhado a fumar novamente num avião e na companhia do 1º Ministro

????

>-Um cão ataca uma criança e o Governo diz que vai fazer uma lei.


E o que é que o Governo pode fazer?


>-A gasolina aumenta numa escalada sem precedentes e o governo diz que não aumenta o imposto e ameaça que o poderia fazer


Até pode. O problema da gasolina é mais um que tem de ser visto de outra forma.


>-Apenas o Governo não vê que é especulação das gasolineiras, que agem em concertação de preços. Para que serve a Autoridade Reguladora?


Se o Governo se meter com as gasolineiras o país vai parar ao Tribunal Europeu.


>-Numa entrevista à televisão, o Primeiro-Ministro define a Política como "A Arte de aprender a viver com a decepção".


Até é.

É por causa de cidadãos como tu que o país não anda.
O problema é que tomamos, com o apoio de grande parte da população, medidas macro-económicas erradas.
Já nem sequer me refiro á adesão à CEE e à forma como foi negociada, basta olharmos para a estupidez que foi a adesão ao Euro. Desde que aderimos que estagnamos totalmente.

E o que acontece é que como estes erros são intocáveis, toda a propaganda tenta convencer-nos de que a culpa é nossa e dos nossos Governos. Textos como o teu escondem o essencial e só ajudam a perpertuar a situação trágica em que estamos.

Meu caro, utiliza a cabeça, pensa e não vás em demagogias.

Unknown disse...

Meu caro Raio: Vc não sabe o que está a dizer. Não sei como é possível Vc subscrever as políticas de Sócrates desta forma. Uma vergonha!

Anónimo disse...

Caro Orlando,

Eu não estou a defender o Sócrates! O Sócrates não passa de um parolo que caíu sem saber bem como na grande cidade e está a tentar assegurar o seu futuro.
O que eu digo é que estas políticas não são do Sócrates, o Sócrates não tem políticas, o Sócrates não passa de um bom mandarete das políticas da União Europeia.
Quem está a destruir o país não é o Sócrates, quem está a destruir o país é a União Europeia e acho extremamente prejudicial que passemos o tempo a atacar a criadagem (Sócrates, Vitor Constâncio, Manuela Ferreira Leite, etc.) e ignoremos quem manda neles, quem realmente decida.

O meu caro Orlando não está nitidamente a perceber o que se está a passar, uma vergonha...

Um abraço

Orlando Braga disse...

Este raciocínio é muito engraçado:

"Eu (Orlando) não estou a entender nada porque não compreendo que quem quer prejudicar Portugal é a UE, e o Sócas não passa de um mandarete".

Portanto, há que esquecer o Sócas e malhar na UE. Mas como a UE está longe e imune às minhas críticas, de nada serve criticar o Sócas. Por isso, deixá-lo em paz porque ele não tem culpa, blá-blá, pardais ao ninho, como se não tivéssemos que exigir primeiro dos nossos governantes. Aqui temos um bom exemplo da "lavagem política" de esquerda.

Mas vejam bem este raciocínio:


">-Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não poderá pôr um piercing.


O problema não está no aborto. Quanto muito o problema é o Estado meter-se com os piercings."


Quem não percebeu fui eu?

Dou outro exemplo: O Bloco de Esquerda quer baixar a idade de voto para os 16 anos, mas a idade para comprar tabaco mantém-se nos 18 anos. Então uma pessoa pode ter uma palavra nas decisões políticas do país e não pode ter a liberdade de comprar o que todos os outros compram?

O "aborto" e os "piercings" inserem-se na mesma lógica, só que o Raio diz que o burro aqui sou eu.

Alvaro disse...

>O "aborto" e os "piercings" inserem-se na mesma lógica, só que o Raio diz que o burro aqui sou eu.

Não disse! (mas confesso humildemente que pensei)...

>Eu (Orlando) não estou a entender nada porque não compreendo que quem quer prejudicar Portugal é a UE, e o Sócas não passa de um mandarete

Porque todas as grandes decisões são tomadas a nível comunitário. Mais de 70% da legislação que é implementada no país já vem de fora. As decisões financeiras também vêem de lá fora.
O Sócrates pouco manda se é que ainda manda nalguma coisa.

>Portanto, há que esquecer o Sócas e malhar na UE. Mas como a UE está longe e imune às minhas críticas, de nada serve criticar o Sócas. Por isso, deixá-lo em paz porque ele não tem culpa,

Criticar o Sócrates serve para não reparamos quem é o verdadeiro culpado. Sócrates está a fazer um grande favor à UE e será devidamente recompensado por isso.

Critica-lo é dar-lhe importância e reverte a favor dele porque faz aumentar o seu valor aos fdp de Bruxelas. No fim, quando deixar de ser primeiro-ministro a recompensa será tanto maior quanto mais criticas tiver aguentado.

>como se não tivéssemos que exigir primeiro dos nossos governantes.

Pois é. Só que os nossos governantes estão em Bruxelas...
E é isto que eu digo, devemos é criticar os nossos governantes e não os cretinos que lhes estão a servir de escudo.


>Aqui temos um bom exemplo da "lavagem política" de esquerda.

???? De reler o que foi escrito acima sobre certo tipo de animais...

Sobre o aborto recordo que se o Estado português o não tivesse legalizado, mais tarde ou mais cedo a UE impunha-o. Foi por estas razões que a Polónia e a Irlanda só ratificam Tratados Europeus com a resalva de que o aborto nunca lhes poderá ser imposto.

Quanto aos pirecings acredito que seja uma decisão genuinamente nacional. O Governo português já tem tão pouco poder que volta e meia se vê obrigado a fazer alguma decisão idiota para mostrar que ainda existe.

A política anti-tabágica é cada vez mais uma política europeia.
Ou porque será que de repente todos os Estados europeus desataram ao mesmo tempo a impor leis anti-tabágicas?

Orlando Braga disse...

"Criticar o Sócrates serve para não reparamos quem é o verdadeiro culpado."

1. Quando assumimos uma posição, ela deve ter uma lógica. Para mim, não tem lógica criticar os "bispos" de Bruxelas sem criticar primeiro os "padres" de Portugal. Pelo contrário, a oposição deve ser acentuada sobre quem está mais próximo da nossa realidade. Portanto, a crítica aos nossos políticos deve fazer parte das nossas prioridades.

Dou um exemplo: quando a Irlanda fez um referendo (por imposição constitucional), os políticos irlandeses respeitaram o seu povo. Quando Sócrates não fez o referendo depois de o ter prometido em campanha eleitoral, desrespeitou o povo. Portanto, fica assim provado que os lideres nacionais podem assumir posições diferentes dos ditames de Bruxelas.

"Meu caro, utiliza a cabeça, pensa e não vás em demagogias."

Demagogia é tentar branquear a imagem de Sócrates por amor à camisola socialista, atribuindo a culpa exclusivamente a Bruxelas. Isso é que é demagogia.

Anónimo disse...

"Para mim, não tem lógica criticar os "bispos" de Bruxelas sem criticar primeiro os "padres" de Portugal. Pelo contrário, a oposição deve ser acentuada sobre quem está mais próximo da nossa realidade. Portanto, a crítica aos nossos políticos deve fazer parte das nossas prioridades."

Podemos e devemos criticar a criadagem que se intitula "Governo de Portugal" mas, essa critica nunca pode ser centrada na criadagem, essa critica tem de atingir o centro do poder e, o centro do poder está em Bruxelas. A criadagem, mais do que ser criticada, deve é ser desprezada pela sua sabujice.

"quando a Irlanda fez um referendo (por imposição constitucional), os políticos irlandeses respeitaram o seu povo."

Não respeitaram não senhor. Primeiro tentaram não fazer referendos mas o tribunal Constitucional lá da terra anulou qualquer ratificação de um Tratado Europeu que não fosse referendado.
Depois, quando o tratado de Nice foi chumbado, o Governo irlandês repetiu o referendo, meses depois e com outras regras de forma a sacar o "Sim" à indefesa população irlandesa.

"Quando Sócrates não fez o referendo depois de o ter prometido em campanha eleitoral, desrespeitou o povo."

O seu a seu dono! Não foi só o Sócrates que desrtespeitou o povo, foram os dois partidos do Eixo do poder (Eixo do mal?), PS e PSD. Os dois tinham prometido o referendo e os dois apoiaram o não se fazer nenhum referendo.

"Demagogia é tentar branquear a imagem de Sócrates por amor à camisola socialista, atribuindo a culpa exclusivamente a Bruxelas. Isso é que é demagogia."

??? Apre, parece que tens talas nos olhos! Acusares-me de ter amor á camisola socialista ou de querer branquear a imagem do Sócrates!

Meu caro, acho ofensivo que digas que eu tento branquear a cambada de traidores que enterraram totalmente o país ao entrega-lo a Bruxelas!